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Manifesto
Territórios do Curar
O modo como a sociedade se organiza produz demandas e sintomas diferentes em cada tempo e lugar. Produz adoecimento para vender seus remédios. O sofrimento é capitalizado, e a saúde torna-se mercadoria. Para subverter essa lógica e ao mesmo tempo conseguir dar tratamento ao nosso sofrimento, às nossas dores, é preciso terapêuticas que possibilitem sermos ativos na manutenção e promoção da saúde enquanto modo de vida.
O lugar do terapeuta, para nós, é também político. As técnicas são conhecimentos sobre processos, mas o tratamento é um saber construído no encontro. E a cura: territórios criados, vividos, trilhados!
Espaço de cuidado.
Lugar onde nossa angustia e sofrimento serão acolhidos. Onde o julgo dará lugar ao entendimento, e onde faltar entendimento seremos invenção. Lugar de amparo e de aparo para produzir vida, movimento, acontecimento. Lugar para se permitir falar e ouvir. Para ouvir-se. Lugar de escuta, por vezes do sentido da palavra, por vezes do sentido do corpo. O ser de forma integral. As dores do corpo, as dores da alma.
Espaço de consciência. Lugar onde tomamos consciência dos nossas escolhas e seus efeitos. Dos sentidos indigestos que insistimos em nos alimentar, à qualidade dos nossos alimentos, das nossas refeições, os excessos, as estagnações, os sintomas. Lugar de confrontação que leva a novos olhares e sentidos. Onde se mexe com o que estava parado e quieto, mas nos fazendo mal, nos tirando de nós mesmos. Lugar de desconstrução.
Espaço de criar. Lugar da invenção de novos sentidos, novos olhares, novos afetos. Criar, recriar-se a si mesmo, co-criar com o terapeuta, com o outro, outros futuros possíveis, que nos movem, nos inspiram, nos dão força, coragem, fé, sentido.
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